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Ensaio clínico ilegal com proxalutamida em hospital militar do RS é alvo de inquérito do MP

por Ornan Serapião
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Foto: SSP/Rio Grande do Sul

Um suposto ensaio clínico sem autorização da Anvisa está sendo investigado pelo Ministério Público Federal do Rio Grande do Sul. Um inquérito civil foi aberto para apurar o uso de proxalutamida no tratamento de pacientes com Covid-19. As informações são do jornal Matinal e também foram publicadas pelo O Globo. A proxalutamida é um bloqueador de androgênio, hormônios sexuais masculinos, que vem sendo testado para tratar câncer de próstata e de mama. Conforme a reportagem, o estudo do RS foi conduzido pelo mesmo grupo que fez uma pesquisa semelhante no início deste ano no estado do Amazonas e que já é investigado pelo MP do estado. A pesquisa foi liderada pelo endocrinologista Flavio Cadegiani, que tem como braço-direito o infectologista Ricardo Zimerman, servidor do Hospital da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre, onde os ensaios teriam sido realizados irregularmente. A apuração do jornal Matinal mostrou que os testes aconteceram mesmo que não tivessem o aval positivo da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) e nem da Anvisa. A investigação no Sul foi aberta no último dia 13, com base em uma representação sigilosa. A Conep e a Anvisa têm até o dia 28 para responderem questionamentos sobre o ocorrido em Porto Alegre. Ainda conforme a reportagem, 50 pacientes com diagnóstico para Covid-19 foram submetidos ao tratamento com a proxalutamida no hospital da Brigada Militar do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre. Os pacientes entrevistados pelo jornal relatam ter assinado termos de consentimento para tomar o remédio, mas não receberam cópias do documento. Uma delas, não identificada, revelou ter sido orientada a manter o uso da proxalutamida após a alta, em casa, até que o tratamento completasse 14 dias, traz a matéria. (BN)

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