Titular da Secretaria-Geral da Presidência anunciou que PF vai investigar deputado que será ouvido amanhã pela comissão
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros (MDB-AL), afirmou na manhã desta quinta-feira (24) que vai pedir a convocação do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Onyx Lorenzoni. O ministro, na quarta-feira (23), respondeu às acusações do deputado federal Luís Miranda (DEM-DF), relacionadas a irregularidades na compra da vacina indiana Covaxin. Na ocasião, Onyx afirmou que a Polícia Federal vai investigar tanto ele quanto seu irmão, servidor do Ministério da Saúde. Renan considerou a declaração de Onyx uma clara intimidação ao deputado depoente na CPI da Covid nesta sexta-feira (25). “Nenhuma comissão parlamentar do mundo pode ficar exposta à coação de testemunha”, afirmou o senador. Renan afirmou que Onyx será convocado imediatamente por causa da suposta coação. “E se ele reincidir, vamos requisitar a prisão dele”, concluiu o senador. No início da sessão da comissão, o senador Humberto Costa (PT-PE) afirmou que já fez um requerimento para pedir a convocação de Onyx à CPI. Em sua fala, Renan reforçou a ameaça de prisão ao ministro e pediu ainda que a comissão garanta segurança ao proprietário da Precisa, Francisco Maximiano, responsável pela compra da Covaxin. O presidente da CPI, Omar Aziz (PSD-AM), pediu para seus assessores entrarem em contato com Maximiano para saber se ele realmente precisa de proteção.
Quem é Luís Miranda
Deputado federal pelo DEM do Distrito Federal, Luís Miranda, que afirma ter alertado Bolsonaro junto com seu irmão sobre possíveis irregularidades no contrato de compra de vacinas da Covaxin, foi eleito em 2018 com mais de 65 mil votos, mesmo morando nos Estados Unidos. Ficou famoso nas redes sociais com vídeos sobre como se mudar para os EUA e as diferenças entre os países. Em seu canal no YouTube, ele se descreve como alguém que “saiu do Brasil para mudar de vida”. No Twitter, o parlamentar se apresenta como um “deputado Federal com espírito empreendedor e vontade de mudar o Brasil, começando pelos cortes nos impostos para darmos dignidade para o povo brasileiro”. É um dos defensores veemente da reforma tributária. A investigação que irá enfrentar a partir de agora não será a sua primeira. Em 2019, foi acusado na Justiça Eleitoral de fraude no impulsionamento de conteúdo e compra de votos. Foi absolvido das instâncias superiores. Também já respondeu por estelionato e foi inocentado. (R7)