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Em brilhante artigo publicado no jornal Gazeta do Povo, o inigualável jornalista José Roberto Guzzo demonstra que decisões recentes de ministros do STF se assemelham a arroubos autoritários de ditadores do terceiro mundo:
“O STF, o único governo de fato que existe no Brasil de hoje, assume cada vez mais a cara, corpo e alma de uma dessas ditaduras africanas (a América Latina já está numa outra fase) nas quais um ato extremista puxa outro e os ditadores, nos seus arranques de despotismo, vão perdendo o contato com a realidade. Acontece o tempo todo: os ministros, colocados diante de uma decisão radical, tomam outra ainda mais radical.”
Na sequência, Guzzo analisa a decisão do ministro Luis Roberto Barroso, sobre a criação da CPI da Covid:
“Sem razão nenhuma, apenas usando a petição de um partido-anão para satisfazer os seus desejos políticos (e os do resto do STF), o ministro Luís Roberto Barroso impôs ao Senado uma humilhação espetacular: mandou o presidente da Casa abrir uma CPI que ele, no pleno uso dos seus direitos constitucionais, não queria abrir. Logo depois de ter feito a Câmara engolir a prisão ilegal de um deputado, o STF dobra a aposta, enfiando goela abaixo do Senado uma CPI sem pé nem cabeça, integralmente facciosa, e sem nenhum outro objetivo que não seja agredir o Executivo.”
De qualquer forma, o jornalista alerta que o plano não saiu exatamente como foi traçado:
“Não saiu bem como queriam; na forma final, ficou aberta uma brecha para perguntas sobre a maciça roubalheira de verbas federais por parte das ‘autoridades locais’, um escândalo em modo contínuo que já provocou mais de 70 investigações da Polícia Federal.”
E finaliza com um diagnóstico, bastante apropriado, por sinal:
“Com os seus repetidos surtos na área política, o STF está operando, a cada dia que passa, como uma das ditaduras mais extravagantes e subdesenvolvidas que há por aí.”
JCO