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ECONOMIA – Desemprego na Bahia chega a 19,6% e atinge 1,2 milhão de pessoas; taxa é a maior do país

por Ornan Serapião
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Apesar de uma leve reação do mercado de trabalho, a taxa de desocupação na Bahia alcançou 19,6% da população em setembro, o maior índice do país — o que representa um contingente de 1,2 milhão de desempregados. Em agosto, o índice havia sido de 18,1%.

Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Segundo o levantamento, a alta ocorreu porque, em relação a agosto, o aumento do número de pessoas ocupadas, ou seja trabalhando (+93 mil), foi inferior ao aumento no número de pessoas desocupadas (procuraram trabalho, mas não encontraram). Esse grupo cresceu 12,5%, passando de 1,078 milhão para 1,213 milhão, o que representou, em um mês, mais 135 mil pessoas.

De acordo com o IBGE, assim como já havia ocorrido no mês anterior, na passagem de agosto para setembro, o estado baiano obteve o maior aumento absoluto do país no número de pessoas procurando trabalho (+135 mil).

O contínuo aumento no número de pessoas desocupadas tem relação com a nova queda registrada no número de pessoas que não estavam trabalhando, queriam trabalhar, mas nem chegaram a procurar emprego por causa da pandemia ou por não haver oportunidades onde viviam.

Avanço discreto

Em setembro, o número de pessoas trabalhando (população ocupada) na Bahia mostrou seu primeiro crescimento estatisticamente significativo desde maio. Passou de 4,887 milhões em agosto para 4,973 milhões de pessoas de 14 anos ou mais de idade no mês passado (+1,9%), o que representou mais 93 mil pessoas trabalhando.

Conforme o IBGE, esse aumento absoluto (+93 mil trabalhadores) foi o segundo maior entre os estados, abaixo apenas do verificado em São Paulo, onde a população ocupada cresceu em 130 mil pessoas de agosto para setembro (+0,7%), chegando a 20 milhões de trabalhadores no mês passado.

Com o maior número de pessoas trabalhando, o nível da ocupação (percentual de pessoas de 14 anos ou mais de idade que trabalham) voltou a crescer na Bahia e chegou a 41,4% em setembro.

Apesar da melhora, o indicador ainda não atingiu o patamar de maio (42,9%), e o número de trabalhadores no estado ainda está abaixo do existente naquele mês (5,1 milhões de pessoas ocupadas).

De agosto para setembro, 9 das 12 atividades econômicas têm saldo positivo de trabalhadores, puxadas pelo comércio (+51 mil ocupados)

A alta na população ocupada na Bahia foi puxada pelo comércio; reparação de veículos automotores e motocicletas. O segmento teve os maiores crescimentos absoluto e relativo no número de trabalhadores entre agosto e setembro e respondeu por mais da metade dos novos postos de trabalho nesse período.

No mês passado, o comércio tinha 919 mil trabalhadores na Bahia, o maior número desde maio. Esse contingente cresceu 5,8% frente a agosto, o que significou mais 51 mil pessoas trabalhando no setor, em um mês.

Mas a passagem de agosto para setembro viu a população ocupada crescer em quase todas as atividades na Bahia: houve aumento do número de trabalhadores em 9 dos 12 segmentos pesquisados.

Além do comércio, tiveram altas importantes também os setores de construção (+16 mil pessoas ocupadas entre agosto e setembro) e a indústria de transformação (+15 mil trabalhadores).

Apenas serviços domésticos (menos 11 mil trabalhadores, -4,3%) e outras atividades (menos 13 mil pessoas, -35,3%) seguiram com redução nas suas populações ocupadas. Administração pública, defesa e seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais mostrou estabilidade.

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