O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) mandou repórteres calarem a boca na manhã deste terça-feira (5), em Brasília, quando foi questionado sobre as recentes mudanças na Polícia Federal.
Em mais um ataque protagonizado diante de apoiadores, na entrada do Palácio da Alvorada, Bolsonaro mostrou uma imagem que reproduzia a manchete da edição impressa da Folha de S. Paulo e, referindo-se à manchete “Novo diretor da PF assume e acata pedido de Bolsonaro”, disse que não interferiu na corporação.
Em seguida, atacou o jornal, chamando-o de “canalha”, “patife” e “mentiroso”.
“Que imprensa canalha a Folha de S.Paulo. Canalha é elogio para a Folha de S.Paulo. O atual superintendente do Rio de Janeiro, que o [ex-ministro Sergio] Moro disse que eu quero trocar por questões familiares”, disse o presidente, segundo a própria Folha.
“Não tem nenhum parente meu investigado pela Polícia Federal. Nem eu nem meus filhos, zero. Uma mentira que a imprensa replica o tempo todo, dizer que meus filhos querem trocar o superintendente [da PF no Rio]”, completou Bolsonaro.
Após deixar do governo no dia 24 de março, o ex-ministro da Justiça e Segurança, Sergio Moro, disse que Bolsonaro queria trocar o diretor-geral para interferir politicamente na polícia.
Moro também afirmou que o presidente queria mudanças no Rio e em Pernambuco. Como mostrou a coluna Painel, Alexandre Ramagem, que teve a nomeação suspensa pelo STF (Supremo Tribunal Federal), também já tinha decidido trocar o comando da PF no Rio.
Nesta terça, para rechaçar que teria promovido ingerência na PF, Bolsonaro disse que Carlos Henrique Oliveira será diretor-executivo da corporação, o “zero dois” da estrutura da polícia.
“Para onde ele [Oliveira] está indo? Para ser diretor-executivo da Polícia Federal. Ele vai sair da superintendência —são 27 superintendências— para ser diretor-executivo. Eu tô trocando ele? Eu tô tendo influencia sobre a Polícia Federal? Isso é uma patifaria”, afirmou.
“[Ele] está saindo de lá [RJ] para ser diretor-executivo a convite do atual diretor-geral. Não interferi nada. Se ele fosse desafeto meu e, se eu tivesse influência na Polícia Federal, ele não iria para lá. Não tenho nada contra o superintendente do Rio de Janeiro e não interfiro na PF.”
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