Um brasileiro de 35 anos foi detido nesta terça-feira, na Espanha, como suspeito do assassinato de pelo menos três moradores de rua em Barcelona durante as últimas semanas de confinamento pelo coronavírus – anunciou a polícia regional da Catalunha.
“Os Mossos d’Esquadra (polícia regional) anunciam a detenção de um homem relacionado com a morte de pessoas que vivem nas ruas de Barcelona”, afirma um comunicado da força de segurança.
A detenção do homem aconteceu na madrugada de terça-feira na localidade de Sant Cugat del Vallés, na periferia de Barcelona, horas depois da notificação do assassinato de um morador de rua no centro da cidade.
“Às 23h, recebemos um aviso de que havia uma pessoa morta com sinais de violência em uma rua do centro de Barcelona”, afirmou um porta-voz da polícia.
De acordo com a rádio Cadena Ser, a vítima recebeu golpes violentos na cabeça com um objeto contundente, um “modus operandi” que a polícia observou em dois crimes contra pessoas sem teto em 16 e 18 de abril na mesma área de Barcelona.
“A forma como esta pessoa atuava não deixava nenhum tipo de defesa para a vítima. A violência era desmedida e gratuita”, afirmou em uma entrevista coletiva o intendente Joan Carles Granja, responsável pela investigação.
O dispositivo mobilizado pela polícia, as descrições apresentadas por testemunhas e as imagens das câmeras de segurança permitiram deter o suspeito durante a madrugada.
“Estes homicídios em via pública de moradores de rua terminaram”, disse Granja.
O policial afirmou que o suspeito já havia sido detido por roubo na cidade de Zaragoza, mas sua ficha não registrava atos violentos.
“É uma pessoa com um discurso um pouco incoerente, não descartamos que tenha alguma dificuldade mental”, completou.
Além das três mortes em abril, no dia 19 de março outro assassinato de sem teto foi registrado em Barcelona, mas este caso está relacionado a uma briga entre moradores de rua, de acordo com a imprensa local.
A polícia vincula o detento a três dos quatro crimes, afirmou uma fonte policial. Não anunciou oficialmente quais deles, porque a investigação está sob segredo de Justiça.
AFP