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Líder do PCC ataca Moro e elogia ‘diálogo’ que tinha com o PT

por Ornan Serapião
8 minutos para ler

Alvo da Operação Cravada disse que o Partido dos Trabalhadores dialogava com o PCC. Fotos: Reprodução Youtube e Folhapress

Interceptações telefônicas feitas pela Polícia Federal no âmbito da Operação Cravada, deflagrada nesta sexta (9), flagraram um dos líderes do PCC afirmando que o Partido dos Trabalhadores (PT) “tinha diálogo” com a organização criminosa, ao comparar a realidade dos governos petistas com a linha dura imposta pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, no governo de Jair Bolsonaro (PSL). O ex-luiz da Lava Jato foi atacado por isolar membros da cúpula da organização criminosa e por “começar a atrasar, quando foi pra cima do PT”.

Ao relatar a relação, o alvo da PF cita ‘situações’ com o partido que nem dá para ficar conversando pelo telefone. As lideranças da facção tiveram ligações telefônicas interceptadas em abril deste ano pela operação que tenta desbaratar o núcleo financeiro da organização criminosa. Os diálogos foram revelados pelo jornalista Fausto Macedo, do Estadão.

“Ele começou a atrasar quando foi pra cima do PT. Pra você ver, o PT com nois tinha diálogo. O PT tinha diálogo com nois cabuloso, mano, porque… situação que nem dá pra nois ficar conversado a caminhada aqui pelo telefone, mano. Mas o PT, ele tinha uma linha de diálogo com nois cabulosa, mano….”, diz Alexsandro Roberto Pereira, conhecido como ‘Elias’ ou ‘Veio’.

Nas conversas, Elias conversa com Willians Marcondes Ferraz, o ‘Rolex’, e André Luiz de Oliveira, o ‘Salim’.

“A gente sabe que esse governo que veio irmão, esse governo aí ô, os cara começou o mandato agora, irmão, agora que eles começaram o mandato, os caras têm quatro ano aí pela frente, irmão”, diz Elias, para Salim.

,“Os caras tão no começo do mandato dos cara, você acha que os cara já começou o mandato mexendo com nóis irmão. Já mexendo diretamente com a cúpula, irmão. O… o… quem tá na linha de frente. Então, se os cara começou mexendo com quem estava na linha de frente, os caras já entrou falando o quê?”, prossegue o diálogo.

Sobre o ministro Sérgio Moro, Elias expõe as diferenças de tratamento: “Com nois já não tem diálogo, não, mano. Se vocês estava tendo diálogo com outros, que tava na frente, com nois já não vai ter diálogo, não. Esse MORO aí, esse cara é um filha da puta, mano. Esse cara aí é um filha da puta mesmo, mano. Ele veio pra atrasar”.

Detalhes das movimentações financeiras também são expostas nas conversas, como quando Elias alerta que já é tempo de ‘trocar todas as 10 contas do comando, pois estão batendo 4 meses de uso”, citando que a “movimentação é alta mesmo”, no Mato Grosso do Sul e em Minas Gerais.

E também cita para Salim o isolamento de 134 presos em São Paulo, antes de o mesmo ser feito com o líder Marco William Herbas Camacho, o ‘Marcola’. O tema também é tratado na ligação seguinte, de Elias para Rolex, quando são feitas ameaças:

“ESSE VERME AI QUE ENTROU AI”, mano, ele veio para querer mostrar serviço, mano, pra querer falar que “COM ELE É DESSA FORMA”, e que “NAS OUTRA ADMINISTRAÇÃO TAVA TUDO ERRADO”. Então, eles tão vindo nesse caminho, de querer mostrar que tudo que os outros estavam fazendo tava errado. Então, pode ter certeza, meu amigo, esse “VERME” aí ele vai ô…primeiramente irmão: “MEXEU, NÃO TEVE UMA RESPOSTA, ATÉ AGORA NÃO TEVE UMA RESPOSTA AINDA!”. Os cara falou o quê? Falou: “oh mano, os cara não quer, não quer guerra”. Mas só que o… “A GENTE TEM QUE DESESTRUTURAR AS PEÇA CHAVE”. As peça chave que ele sabe que eles tem o tabuleiro quem é.

Leia os diálogos divulgados pelo Estadão:

Outro lado

A Assessoria de Imprensa do PT publicou nota, dizendo ser vítima de “armação”. Leia:

Esta é mais uma armação como tantas outras forjadas contra o PT, e vem no momento em que a Polícia Federal está subordinada a um ministro acuado pela revelação de suas condutas criminosas. Quem dialogou e fez transações milionárias com criminosos confessos não foi o PT, foi o ex-juiz Sergio Moro, para montar uma farsa judicial contra o ex-presidente Lula com delações mentirosas e sem provas. É Moro que deve se explicar à Justiça e ao país pelas graves acusações que pesam contra ele.

(Com informações do Estadão/DP)

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