Egípcio esteve no poder por 30 anos, até ser derrubado e preso após os protestos da Primavera Árabe
O Globo e agências internacionais
CAIRO — O ex-presidente e ditador do Egito Hosni Mubarak morreu nesta terça-feira, aos 91 anos, conforme informou a televisão estatal do país. Ele havia sido submetido a tratamento em uma unidade de terapia intensiva, após ter passado por cirurgia. O canal não deu mais informações sobre a morte do ditador. Mubarak esteve no poder por 30 anos, até ser deposto pelos protestos da Primavera Árabe contra seu governo, em fevereiro de 2011. Foi preso meses depois, em abril, e permaneceu no cárcere até 2017, quando foi absolvido na maioria das acusações de ordenar matar manifestantes. O ex-presidente havia sido condenado a prisão perpétua em 2012 por conspirar para o assassinato de 239 manifestantes durante a revolta de 18 dias. No entanto, após recurso, um novo julgamento foi feito e o processo contra Mubarak e seus oficiais foi arquivado. No fim, foi absolvido em 2017. Em 2015, no entanto, o ditador recebeu uma nova condenação, junto com os seus dois filhos, por desviar fundos públicos e usar o dinheiro para aumentar as propriedades da família. Eles foram condenados a três anos de prisão. Muitos egípcios que viveram no tempo em que Mubarak esteve no poder consideram o período como de autocracia e capitalismo de camaradagem. O afastamento dele levou à primeira eleição democrática do Egito, que elegeu o presidente Mohamed Mursi. O governo de Mursi durou apenas um ano, tendo deixado o cargo após um golpe militar e sendo preso logo depois, em 2013. Quem assumiu foi o então-ministro da Defesa, o general Abdel Fattah al-Sisi, que continua como presidente até hoje. Em nota, al-Sisi lamentou a morte de Mubarak.