O Tribunal Supremo Eleitoral (TSE) da Bolívia resolveu nesta quinta-feira, 20, barrar a candidatura do ex-presidente Evo Morales ao Senado. A Justiça boliviana alega que ele não cumpre o requisito de “residência permanente” na jurisdição do país que quer representar.
As candidaturas ao Congresso de Morales, daquele que foi seu chanceler, Diego Pary, e do líder de direita Mario Cossío, foram inabilitadas “por não cumprir com o requisito da residência permanente” nas regiões da Bolívia pelas que se candidataram, disse o titular do TSE, Salvador Romero, em coletiva de imprensa.
Depois de renunciar à presidência por pressão das Forças Armadas, Morales pretendia se candidatar por Cochabamba (centro), região que abriga o território produtor de folha de coca de Chapare, seu reduto eleitoral.
Após o tribunal divulgar sua decisão, Morales, que vive exilado na Argentina, escreveu no Twitter: “A decisão do Supremo Tribunal Eleitoral é um golpe para a democracia. Os membros da @TSEBolivia sabem que eu atendo aos requisitos para ser candidato. O objetivo final é a proscrição do MAS (Movimento ao Socialismo)”.
Candidatura de Arce à Presidência mantida
No entanto, Romero acrescentou à imprensa que o tribunal eleitoral “rejeitou, por falta de fundamento, os processos de desqualificação contra Luis Arce”, candidato à Presidência pelo partido MAS.
Arce lidera a intenção de votos com 31,6%, de acordo com uma pesquisa de opinião recente do grupo Ciesmori, seguido pelo ex-presidente centrista Carlos Mesa (17,1%), enquanto a atual presidente interina Jeanine Áñez (direita) e que havia dito não concorrer ao cargo quando assumiu está em terceiro, com 16,5%.
Morales saiu do país em novembro após a renúncia e foi para o México. Em seguida, mudou-se para Buenos Aires, capital Argentina.
AFP