Sabemos que a cruz é inevitável no caminho de um profeta, que serão muitos, os que irão persegui-lo por sentirem incomodados em ouvir a verdade que sai de sua boca. A fala do profeta incomoda quem não quer mudar de vida, quem prefere viver na mentira. Esses, vão fazer de tudo para elimina-lo, para calar a sua voz, o que será impossível, pois nem mesmo a morte consegue calar a voz de um profeta! É justamente depois da sua morte que a sua voz passa a ressoar com mais intensidade ainda, chegando a lugares onde nem mesmo o profeta pisou. Foi o que aconteceu com Jesus, a sua fala, incomodou os poderosos, estes, o levaram à cruz, mas nem mesmo a cruz, conseguiu calar a sua voz! A cruz não calou Jesus, e foi justamente depois da sua morte, que a sua palavra chegou a todos os rincões da terra. O evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, nos fala do retorno de Jesus à sua cidade de origem: Nazaré. Em Nazaré, Jesus experimentou a dor da rejeição, uma dor mais doída ainda, por esta rejeição ter partido dos seus próprios conterrâneos, aqueles que deveriam ser os primeiros a acolhe-lo! Antes de saber que Jesus era o enviado de Deus, o povo ficava admirado com as palavras que saiam de sua boca, mas quando a identidade do Messias, anunciado pelos os profetas, começava a ser revelada na sua pessoa, aquela admiração caiu por terra, dando lugar as ofensas. Aqueles que esperavam por um Messias triunfalista, com poderes políticos, alguém que fosse defender seus interesses pessoais, não quiseram aceitar um Messias de origem simples, alguém que tinha o olhar voltado para os pequenos, os pobres, os marginalizados. Avaliando Jesus pela a sua condição social, o povo de Nazaré, não quis mergulhar no mistério do amor de Deus, ficando somente no superficial, o mais importante, eles não quiseram enxergar: o Rosto humano do Pai, se revelando no filho de um carpinteiro. Os compatriotas de Jesus, tiveram nas mãos, a chave da felicidade, mas eles não se deram conta desta preciosidade, desperdiçando assim, a graça de Deus que chegou até a eles, por meio de um dos seus. Naquele lugar, Jesus nem pode realizar milagres, fez somente algumas curas, não por retaliação, mas pela falta de fé daquele povo. Será que nós também, não temos atitudes parecidas com as atitudes dos conterrâneos de Jesus? Será que estamos acolhendo com carinho, aquele ministro da palavra de origem simples, que faz a celebração da Palavra em nossas comunidades? Por darmos credibilidade somente aos “grandes,” às vezes deixamos escapar a mensagem que Deus quer nos passar através das pessoas simples. Não esqueçamos: É Deus quem nos fala pela boca de seus mensageiros. A rejeição a Jesus, não interrompeu o anúncio do Reino, anuncio, que continua chegando até a nós, através dos incansáveis profetas de hoje, homens e mulheres que se embrenham pelo o caminho da cruz, dispostos a dar a vida se preciso for, pela causa do Reino.
FIQUEMOS NA PAZ DE JESUS!
Por Olívia Coutinho