Não podemos fechar os olhos diante a realidade que aí está, nos isentando de responsabilidade frente ao que vemos acontecer. Cruzar os braços diante de tudo o que presenciamos: maldade, injustiça, violência, achando que o mundo não tem mais jeito, é contradizer Jesus, é como apagar um “pavio que ainda fumega” é dar como encerrada a mais bela história de amor iniciada por Deus na criação! Dar como vencido diante aos adversários do projeto de Deus, não é postura de um verdadeiro seguidor de Jesus, pois nada e ninguém consegue derrotar quem está enxertado em Jesus, Nele, está a força maior que transcende, que aniquila a força do mal. Vivemos sim, num tempo nebuloso, mas se o mundo está envolto em trevas, é porque estamos ofuscando a Luz de Deus que brilha em nós com a nossa omissão, com o nosso comodismo. Se o mal está ganhando força no mundo, temos também uma parcela de culpa, talvez, não estamos deixando aflorar o bem que Deus plantou em nossos corações, já que a única arma capaz de vencer o mal, é o bem. O evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, narra os primeiros passos de Jesus na sua vida pública, quando Ele começa a desenvolver o projeto de Deus, que tem como prioridade a vida humana na sua totalidade. Tudo tem início num momento conflituoso, num contexto de muita violência e de perseguição, logo após a prisão de João Batista. A prisão de João Batista, o grande profeta que chamou o povo a conversão, que apontou Jesus ao povo: ”Eis o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo.” não intimidou Jesus, ao contrário, o encorajou ainda mais. Jesus dá início ao seu ministério aos arredores da Galileia, uma região conflituosa, historicamente considerada como reduto da infidelidade a Deus, o que vem nos mostrar, que é em meio aos conflitos que um seguidor de Jesus é chamado a atuar. Às margens do mar da Galileia, Jesus começa a formar a sua primeira comunidade, o embrião da sua Igreja, uma Igreja Missionária que vai ao encontro do outro, do excluído, daquele que está às margens. Tudo vai acontecendo naturalmente, dentro da maior simplicidade, Jesus não vai atrás de pessoas graduadas, o seu olhar paira sobre alguns pescadores, pessoas simples, dotadas de qualidades e defeitos que deixaram suas redes para segui-Lo. Com a colaboração destes homens que deram o seu sim ao projeto de Deus, Jesus começa a implantar o Reino dos céus aqui na terra. Diferente do humano, Ele não questiona o passado de seus escolhidos, não lhes exige nenhuma formação, apenas uma condição: a conversão do coração. É graças ao testemunho desta pequena comunidade formada por Jesus, que hoje, mais uma vez, estamos aqui, eu e você, buscando o crescimento na fé através do conhecimento da palavra de Deus, do seguimento a Jesus!Hoje, Jesus continua chamando mais colaborares para a construção do Reino de Deus, pessoas que estejam dispostas a enfrentar à desafiante missão de tornar presença Dele em meio aos conflitos! Há uma grande necessidade de operários na obra do Senhor, que é uma obra permanente, o próprio Jesus afirma: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos.”L10,2 Isentar da responsabilidade de administradores do que é de Deus, é rejeitar o seu projeto, é condenar-se a uma vida vazia, sem sentido… Sabemos que no mundo há muito por fazer, pois precisamos, reconstruir o que Deus criou, mudando a realidade que aí está, afinal, não podemos perder de vista, o horizonte da paz que só se alcança, com o amor a justiça e o perdão… Jesus continua nos falando do Reino dos céus, Ele é a própria presença deste Reino, quando deixamos nos conduzir pelos os seus ensinamentos, ocorre uma mudança radical no nosso modo de viver, passamos a ver o irmão que antes não víamos a não fugir de nossas responsabilidades cristãs…Não podemos esquecer nunca: o amor de Deus por nós, é um amor persistente, um amor sem limites que para nos salvar, Ele não poupou seu Filho do sofrimento! Se conscientizarmos desta verdade, iremos acreditar que o mundo ainda tem jeito, pois o amor de Deus é transformador, é um amor que abre caminhos… Deus quer salvar o humano contando com o próprio humano, por isto Ele convoca cada um de nós para uma missão, ignorar esta convocação, é dizer não, ao seu projeto de vida plena para todos…
FIQUEMOS NA PAZ DE JESUS!
Por Olívia Coutinho