EUA confirma segundo caso de coronavírus e 50 suspeitos

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Uma sexagenária que voltou de Wuhan em 13 de janeiro e vive em Chicago está infectada com o coronavírus chinês, disseram autoridades sanitárias americanas, que relataram que este é o segundo caso confirmado no país e que há mais 50 casos sob investigação.

Hospitalizada para evitar a disseminação, “ela está clinicamente estável”, disse Allison Arwady, chefe de saúde pública de Chicago, em entrevista coletiva.

A diretora do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), Nancy Messonnier, relatou que, além dos dois casos confirmados, 11 pessoas avaliadas no país receberam diagnóstico negativo e outros 50 pacientes estão em análise.

Dias de angústia em um hospital de Wuhan, na China, epicentro da epidemia

Presos em uma cidade isolada do mundo, os habitantes de Wuhan esperam angustiados em um hospital desta metrópole chinesa os resultados dos testes que podem revelar a contaminação do coronavírus.

Vários habitantes de Wuhan, na província de Hubei, procuram os hospitais locais, para verificar sua temperatura corporal, ou já chegam com febre. Até agora, a epidemia deixou 26 mortos e contaminou cerca de 830 pessoas. A maioria dos afetados é desta região.

As ruas da cidade estavam vazias nesta sexta-feira (24), depois que as autoridades ordenaram a seus habitantes que permaneçam em Wuhan. Eventos foram suspensos, e alguns lugares públicos, fechados.

A cidade e sua região estão em quarentena desde ontem (23), e mais de 40 milhões de habitantes estão proibidos de deixar a localidade.

“Tenho tosse, tenho febre, por isso, estou preocupado que possa estar infectado”, diz um homem de 35 anos, que se identificou como Li, no Wuhan Fifth Hospital.
“Ainda não sei os resultados (dos testes). Estou nervoso”, desabafou.

A maioria das pessoas é da meia-idade, ou idosos. Ao chegarem, recebem termômetros. Depois de verificarem eles mesmos sua temperatura, pacientes ansiosos devolvem o material para o pessoal hospitalar.

Uma enfermeira olha pausadamente o termômetro de uma mulher de meia-idade e, na sequência, volta-se para ela e lhe diz: “você tem que ver o médico”.

Medo de contágio

Em outro hospital, Huang Wei, de 42, diz temer que a situação piore, se as pessoas contaminadas tiverem contato com os demais nesta cidade de 11 milhões de habitantes. Ele se pergunta se haveria capacidade sanitária suficiente para enfrentar uma extensão da epidemia.

“O tratamento médico não é suficiente. Leva-se muito tempo, e os contágios podem acontecer nas longas filas formadas nos hospitais”, afirma.

Muitos pacientes têm de aguardar horas na fila em frente ao hospital da Cruz Vermelha para terem sua temperatura verificada.

Embora todos os membros do centro hospitalar estejam com equipamento de proteção – luvas, máscaras e óculos -, alguns dos pacientes que esperam atendimento sequer usam máscaras, apesar da orientação das autoridades municipais.

Em uma farmácia próxima, os funcionários, preocupados, impedem a entrada da multidão. Limitam-se a entreabrir uma porta para atender aos clientes, que querem, precisamente, comprar máscaras.

Do lado de fora do hospital, um cartaz explica que o estabelecimento “está totalmente reservado para os doentes com febre”.

“Nosso hospital não aceita mais os outros doentes”, acrescenta.
Diante do risco de que os centros médicos não deem conta da situação, a cidade acaba de iniciar a construção de um hospital com mil leitos. A obra deve estar concluída em dez dias.

Por AFP

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