No evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, Jesus, em mais uma de suas ações libertadora, nos mostra, que a lei que deve nos reger, é a lei do amor, a lei maior que consiste em defender a vida! O texto começa dizendo que Jesus entrou de novo na sinagoga em dia de sábado, o dia do Senhor, que segundo a lei judaica, ninguém podia fazer nada… Dentro da sinagoga estava um homem com a mão seca e alguns adversários de Jesus, que estavam ali, não, para ouvi-Lo, mas para observar Jesus, se Ele iria curar aquele homem em dia de sábado, o que para esses fariseus, seria uma infração grave, motivo mais do que suficiente para acusá-Lo. E Jesus ignorando a lei judaica, chama aquele homem para o meio e pergunta lhes: “É premido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixa-la morrer? Mas eles nada disseram. Jesus então, olhou ao seu redor, cheio de ira e tristeza, porque eram duros de coração; e disse ao homem: “Estende a mão.” Ele a estendeu e a mão ficou curada. A cura deste homem com a mão atrofiada (mão seca) num dia de sábado, serviu de pretexto para que os adversários de Jesus, que procuravam sem sessar um motivo para acusa-Lo, se unissem aos partidários de Herodes para tramar a morte sua morte. Fariseus e o partido de Herodes eram grupos rivais, eram as lideranças dos povoados da Galileia. Ao se sentirem ameaçados de perderem estas lideranças para Jesus, eles abriram mão de suas diferenças, se unindo no mesmo objetivo: eliminar Jesus, tirá-lo do caminho deles. Descumprindo uma lei judaica, que proibia qualquer atividade em dia de sábado, Jesus contraria aquela sociedade legalista que colocava as leis acima da vida, ao contrário da sua proposta libertadora que colocava a vida acima de tudo. Neste Episódio, Jesus mostra, que o sábado, só poderia ser considerado o “dia do Senhor” se as pessoas, neste dia, se comprometessem com a defesa da vida… Com essa sua ação libertadora, Jesus continua insistindo em mudar as estruturas de morte, ou seja, as estruturas opressoras, regidas por leis inoperantes que só gerava excluídos. Ao chamar o homem da mão seca, para o meio, Jesus coloca diante do povo, um problema que até então, estava oculto, evidenciando o seu projeto de vida, que tem como prioridade a recuperação da dignidade dos marginalizados, tirando-os das margens e o colocando no meio, ou seja, inserindo-o no convival social… Temos que ter o cuidado de não deixarmos nos contaminar pela mentalidade farisaica, de não nos deixarmos envolver com uma religião que endureça o nosso coração, a ponto de sermos como os fariseus, apenas cumpridores de leis de rituais… Uma religião que não favorece a vida, não liga a Deus…
FIQUEMOS NA PAZ DE JESUS!
Por Olívia Coutinho