Ao Rio Cachoeira
Menino travesso,
Que vivia até pelo avesso,
Todo dia banhando-se no Rio Cachoeira,
Quando a água ainda era pura ecristalina…
Pescava crustáceos e peixes
Dos grandes cardumes
A bailar…
Piau, piabanha, bagre,
Beré e tucunaré;
Pitu, calambau e acarí…
Na enfieira de “junça”,
Planta da beira do rio,
Enfiava os pescados,
Três ou quatro quilos…
Corria para a feira livre,
Vender…
Corria para os cinemas,
Comprar e trocar gibis!
Fã de cowboys e faroestes,
Se divertia nos filmes,
Nas matinais e matinês.
O progresso chegou…
Adeus, rio.
Adeus, águas cristalinas.
Adeus, cinemas…
Hoje, tudo é dilema.
Chora o menino pescador
Nas lembranças
Do seu pé de ingá,
Onde escondia o anzol
E ouvia os bem-te-vis
E o cantar do Sabiá!
Joselito dos Reis
15.03.2025