A implantação de uma Delegacia Especializada de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa em Itabuna está sendo defendida e reivindicada por representantes de movimentos sociais e por lideranças religiosas locais. O assunto foi discutido na manhã desta quarta-feira, dia 22, na sede da OAB-Itabuna, depois da realização de uma reunião na qual representantes de entidades discutiram a programação dos 115 anos do município (foto).
A proposta foi apresentada por dirigentes da Ong Acari-Cidadania, que elaboraram uma exposição de motivos. Após o encontro, representantes de movimentos sociais e de lideranças religiosas foram contatados. A ideia é levá-la à Câmara de Vereadores local e aos parlamentares que representam o sul da Bahia na Assembleia. Busca-se, também, apoio de entidades como a Subseção da OAB, por meio do presidente Thiago Cruz.
“Este é o momento de Itabuna reivindicar do Governo Jerônimo uma efetiva investigação e uma forte repressão aos crimes de racismo e intolerância religiosa de forma complexa na região. Uma delegacia especializada atenderia, também, especificidades como LGBTfobia e violências direcionadas a pessoas idosas”, afirmou Clovis Argolo, presidente do Clube do Poeta de Itabuna.
O pesquisador Risomar Lima, membro do Conselho fiscal da Acari, defendeu uma grande mobilização da população regional. “Seria uma campanha liderada pelo Colegiado Territorial de Desenvolvimento Sustentável-Coderter Litoral Sul, que tem Cíntya Nobre e Carlos Alberto Garotinho como dois dos coordenadores, com a participação de pesquisadores, ativistas e de representantes de terreiros”, acrescentou.
Nesta terça-feira, dia 21, o governador Jerônimo Rodrigues inaugurou a primeira Delegacia de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa da Bahia. A especializada está instalada no Engenho Velho de Brotas, em Salvador. Funciona todos os 24 horas, com serviço de investigação, assistência social e psicologia, cartório, sala de reconhecimento e apoio integrado dos Núcleos de Atendimento à Mulher, de Combate aos Crimes Cibernéticos, de Diversidade e da Delegacia de Atendimento ao Idoso, que atenderão na estrutura de segurança. No local também tem um Posto SAC, com oferta de serviços de cidadania.
Para Mãe Mirô, a criação de uma Delegacia de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa “é uma conquista que deve ser comemorada, mas também entendida como parte de uma luta coletiva que transcende a individualidade de cada um de nós”. Ialorixá do “Ilé Olu Ossi de Loguede”, terreiro de candomblé instalado no bairro Sinval Palmeira, ela acrescentou que “é um reconhecimento de que intolerância religiosa e racismo não são questões pessoais, mas sociais e estruturais que devem ser enfrentadas com seriedade e compromisso”.
ITABUNA – BAHIA > Lideranças sociais e religiosas querem uma Delegacia de Combate ao Racismo em Itabuna
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