Por Natal Paixao
Um doutor da Lei se levantou e, querendo experimentar Jesus, perguntou: «Mestre, que devo fazer para herdar a vida eterna?». Jesus lhe disse: «Que está escrito na Lei? Como lês?». Ele respondeu: «Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com todo o teu entendimento; e teu próximo como a ti mesmo!». Jesus lhe disse: «Respondeste corretamente. Faze isso e viverás».
Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: «E quem é o meu próximo?». Jesus retomou: «Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu nas mãos de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no e foram-se embora, deixando-o quase morto. Por acaso, um sacerdote estava passando por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado. O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado. Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu, e moveu-se de compaixão. Aproximou-se dele e tratou-lhe as feridas, derramando nelas óleo e vinho. Depois colocou-o em seu próprio animal e o levou a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou dois denários e entregou-os ao dono da pensão, recomendando: Toma conta dele! Quando eu voltar, pagarei o que tiveres gasto a mais». E Jesus perguntou: «Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?». Ele respondeu: «Aquele que usou de misericórdia para com ele». Então Jesus lhe disse: «Vai e faze tu a mesma coisa».
* Palavra da Salvação!
* Glória a vós Senhor!
“EXPLICAÇÃO TEOLÓGICA”
“O meu “próximo”
Hoje, no centro da história do bom samaritano, coloca-se-nos a questão fundamental: que fazer para ganhar a vida eterna. Jesus remete para a Bíblia, cuja resposta é indiscutível. Porém o tema deriva para uma questão prática, de elucidação ambígua naquele tempo: “Quem é o meu próximo?”.
A uma pergunta tão concreta, Jesus respondeu com esta parábola… E aparece o samaritano, que não se pergunta até onde vai a sua obrigação de solidariedade, nem sequer quais são os méritos necessários para alcançar a vida eterna. Passa-se algo muito diferente: parte-se-lhe o coração e ele próprio se converte em “próximo”, para além de qualquer consideração. Aqui a questão modifica-se: não se trata de estabelecer, de entre os outros, quem é ou não o meu próximo. Trata-se de mim próprio.
—Senhor, ajuda-me a ser uma pessoa que ama, uma pessoa de coração aberto que se comove perante a necessidade do outro. Então encontrar-me-ei a mim próprio, ou melhor, será ele que me encontra.
* Seja louvado nosso Senhor Jesus Cristo!
* Para sempre Seja louvado