Dados do DataSenado demonstram que homens de até 39 anos com ensino médio completo são os maiores usuários de aplicativos de apostas
Uma pesquisa revela que 13% dos brasileiros com 16 anos ou mais (equivalente a 22,13 milhões de pessoas) afirmaram ter apostado em empresas de apostas de quota fixa, conhecidas como “bets”, de acordo com o Instituto DataSenado. O relatório foi divulgado nesta terça-feira (1), pelo Senado Federal. A pesquisa, intitulada “Panorama Político 2024: apostas esportivas, golpes digitais e endividamento”, entrevistou 21.808 cidadãos com 16 anos ou mais. Os dados foram coletados entre 5 e 28 de junho deste ano, através de entrevistas telefônicas. De acordo com o estudo, homens com até 39 anos e ensino médio completo são os maiores usuários de aplicativos de apostas. A pesquisa indica que 62% dos usuários desses sites são homens, enquanto as mulheres representam 38%. Entre os apostadores, 56% têm entre 16 e 39 anos, seguidos pelas faixas etárias de 40 a 49 anos (17%), 50 a 59 anos (13%) e 60 anos ou mais (14%). A pesquisa mostra que a maioria dos entrevistados afirmou ter gasto até R$ 500 em aplicativos ou sites de apostas. O levantamento também revela que 32% dos brasileiros têm dívidas em atraso há mais de 90 dias, com maior incidência entre pessoas com renda familiar de até dois salários mínimos. Dentro desse percentual, o DataSenado indica que 42% dos endividados gastaram com apostas esportivas nos últimos 30 dias, estimando que 8.445.744 pessoas tenham desembolsado alguma quantia em bets enquanto estavam com dívidas em atraso. “Pessoas com ensino médio completo apostam mais, enquanto indivíduos com menor e maior escolaridade apostam menos. Em termos de renda, pessoas de baixa renda apostam menos em proporção a esse grupo na população geral. No entanto, como é o maior grupo populacional, ainda assim, representa a maior parte dos apostadores”, explica o analista do DataSenado José Henrique Varanda, coordenador da pesquisa.