A Revolução Francesa de 1789 teve o seu embrião nas tavernas da Cidade Luz, a Paris daquela época. Robespierre, Marat, Danton e outros grandes vultos da intelectualidade francesa, no tilintar dos canecos. Foi numa conversa simples e bem despretensiosa numa das mesas do Café Pomar que o amigo José Santana de Jesus ( SANTANA, funcionário da Ceplac) abordou-me, tendo em vista a eleição de outubro do corrente ano, e disse que seria ótimo se eu convidasse o ex-prefeito e ex-deputado federal Geraldo Simões para um cafezinho com a turma que ali se reunia e continua se reunido todo final de tarde.
Geraldo Simões ensaiava à sua pré- candidatura à prefeito de Itabuna pelo PT ( autêntico) e permanecia esquecido e sem voz nos meios de comunicação da cidade, a maioria deles cooptado pela máquina administrativa municipal.
Chegando em casa à noite e depois da higiene pessoal, deitei-me no sofá e fiz uma reflexão sobre as palavras de Santana. Pensei: convidar não só Geraldo, porém todos os pre-candidatos a prefeito de Itabuna
Coloquei para o grupo que, prontamente, avalizou a proposta e o ex-prefeito prefeito Geraldo Simões foi o primeiro entrevistado e discorreu sobre a problemática administrativa da gestão atual ( leia-se AUGUSTO CASTRO ) quem teve enorme repercussão em Itabuna, região e Salvador.
Depois da entrevista do ex-prefeito, uma grande parte da mídia local virou os holofotes para Geraldo Simões entrevistando-o e extraído do mesmo todo o seu potencial de conhecimento e experiência da vida pública e administrativa do município.
E assim nasceu o movimento político de maior extensão da comunidade local e que passou a chamar -se de.” Senado” do Café Pomar que extrapolou os limites das fronteiras de Itabuna repercutiu na Assembleia Legislativa da Bahia, SENADO E CÂMARA FEDERAL.
Nas mesas do Café Pomar desfilaram homens públicos da direita, da esquerda, como também os que de travestiram de pré-candidatos e, após a entrevista, se venderam à máquina do poder municipal em troca de cargos e favores pessoais, os famosos vendilhões do templo da cidadania, da liberdade e da democracia.
Esses não voltarão a sentar nas mesas do ” Senado” do Café Pomar se forem novamente pré- candidatos a prefeito nas futuras campanhas políticas de Itabuna. Que eles vendam a alma e a dignidade em outro lugar.
O ” Senado” do Café Pomar causou inveja, ironia, piadas, entretanto o ideal dos seus idealizadores foi e é muito maior do que o coaxar dos sapos no mangue que jamais atingirão a beleza, a elegância e o perfume do LÍRIO NO CHARCO.
Esse movimento veio para ficar. Penetrou em todas as camadas da população, sedimentou-se e faz parte, hoje, da história política da Itabuna atual.
*Paulo Lima: Jornalista e membro da Academia Grapiuna de Artes e Letras – AGRAL