Mais uma vez, presidente russo denunciou as ‘ações absolutamente hostis de certas elites ocidentais’ que ‘dificultam o recebimento de pagamentos por exportações e o pagamento de mercadorias importadas’
A contribuição para a economia mundial do grupo Brics, que tem como fundadores Brasil, Índia, China, África do Sul e Rússia, já superou a do G7 e continua a crescer, afirmou nesta quarta-feira (25) o presidente russo, Vladimir Putin. “A contribuição dos países do Brics para a economia mundial supera a do chamado G7 e continua crescendo. É uma tendência ascendente”, disse Putin, que presidirá a cúpula anual do grupo na cidade russa de Kazan, de 22 a 24 de outubro. Para efeito de comparação, Putin citou que a contribuição dos Brics, “sem levar em conta os novos membros da organização”, para o PIB mundial em 1992 foi de 16,7%, enquanto o G7 contribuiu com 30,5%.
“Mas em 2022, o G7 contribuiu com 30,5% e os Brics com 31,4%, com uma previsão de 33,8% até 2028, enquanto a do G7 será de 27,9%. É a tendência que tem lugar, se mantém. São procesos objetivos não vinculados à atual conjuntura dos conflitos”, acrescentou. Putin destacou que “o comércio mundial e, em geral, a economia global mudou ativamente”. “Está sendo estabelecido um novo sistema de relações nos Estados do Sul globais, que são países que se desenvolvem dinamicamente e participam de associações integradoras como os Brics, assumem a liderança”.
A Rússia, como membro desta organização, expandida após a adesão com quatro novos membros no início do ano — Irã, Egito, Emirados Árabes e Etiópia -, fortalece o seu comércio exterior apesar das sanções impostas pelo Ocidente para a guerra na Ucrânia, disse Putin. “Como é sabido, a Rússia participa ativamente no comércio internacional. Apesar das realidades objetivas que a comunidade empresarial russa enfrenta agora, desenvolvemos relações comerciais internacionais, expandimos a sua geografia, fortalecemos a cooperação com parceiros confiáveis e previsíveis”, indicou.
Mais uma vez, Putin denunciou as “ações absolutamente hostis de certas elites ocidentais” que “dificultam o recebimento de pagamentos por exportações e o pagamento de mercadorias importadas”. “Até certo ponto, conseguimos resolver esse problema”, comentou. Putin aproveitou a ocasião para insistir na necessidade de reduzir o uso das moedas ocidentais em favor das moedas dos países do Brics e, em particular, do rublo russo. “No ano passado, as transações de exportações russas nas chamadas moedas ocidentais tóxicas caíram pela metade, enquanto os pagamentos em rublos nas transações de comércio exterior estão perto de 40%”, detalhou. (JP)