A deputada federal Luiza Erundina (PSOL/SP), de 89 anos, acordou nesta quinta-feira (4) disposta e conversando normalmente, segundo informou a assessoria da parlamentar. A deputada passou mal na Câmara dos Deputados ontem, levando a Casa a suspender os trabalhos. Do Congresso, seguiu para o Hospital Sírio Libanês, em Brasília, onde foi internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Em nota, a assessoria da parlamentar disse que ela passou a noite bem. “Todos os exames apresentam resultados normais. O quadro, felizmente, se mantém estável e logo irá para o quarto”, completou.
Erundina passou mal enquanto enfrentava a obstrução ao projeto que obriga o Estado brasileiro a identificar publicamente os lugares onde ocorriam a repressão política durante a ditadura civil-militar que governou o país de 1964 a 1985.
“O Estado brasileiro ainda deve aos brasileiros e brasileiras, vítimas da ditadura civil militar, cujos efeitos, nefastos, ainda hoje se fazem sentir. Há feridas abertas, sangrando, porque não se cumpriu a legislação internacional que prevê o resgate da verdade e a revelação dessa verdade, para que se faça Justiça às vítimas da ditadura. É uma dívida que o Brasil tem com os brasileiros e brasileiras, a quem devemos a atual democracia, ainda assim incipiente, permanentemente em risco de retrocesso”, afirmou.
Ela fez um discurso de seis minutos em favor da matéria durante a Comissão de Direitos Humanos da Câmara, antes de passar mal e ser retirada do local. O projeto relatado por Erunidna sofria a obstrução via requerimento para retirada de pauta apresentado pelo deputado federal Pr. Marco Feliciano (PL/SP).
História
Nascida no município de Uiraúna, na Paraíba, Luiza Erundina formou-se em assistência social, foi eleita prefeita da cidade de São Paulo pelo PT em 1988, sendo a primeira mulher a chegar a prefeitura da maior cidade do país.
Já foi vereadora, deputada estadual e entrou na Câmara dos Deputados pela primeira vez em 1999. Em 2022, foi reeleita pelo PSOL para o sexto mandato de deputada federal com mais de 113 mil votos. Ela tem sua atuação marcada pela luta pela verdade sobre a ditadura brasileira, pelos direitos humanos e pelo direito à comunicação.
Edição: Valéria Aguiar