O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, afirmou nesta segunda-feira (27) que o bombardeio em um campo de refugiados em Rafah, no sul de Gaza, foi um “acidente trágico”. O ataque, realizado no contexto da ofensiva de Israel contra o Hamas, resultou na morte de pelo menos 45 pessoas, segundo autoridades de Gaza. Netanyahu explicou ao Parlamento que Israel se esforça para evitar vítimas civis e que uma investigação está em andamento para apurar o que aconteceu. O Exército israelense declarou que o alvo do ataque era uma instalação do Hamas e que dois altos funcionários do grupo islamista foram mortos. O bombardeio gerou uma onda de condenações internacionais. A ONU pediu uma investigação completa e transparente. O presidente francês, Emmanuel Macron, apelou pelo respeito ao direito internacional e por um cessar-fogo imediato, enfatizando a necessidade de proteger civis em Gaza. Josep Borrell, chefe da diplomacia da União Europeia, expressou “horror” com as notícias de dezenas de mortes, incluindo crianças.
O incidente ocorreu horas após o Hamas lançar foguetes contra Tel Aviv e outras áreas de Israel, embora as defesas aéreas israelenses tenham interceptado a maioria dos projéteis sem causar vítimas. Em Gaza, a agência de defesa civil relatou que o bombardeio causou um incêndio devastador no campo de deslocados, resultando em corpos carbonizados e ferimentos graves em mulheres, crianças e idosos. Imagens divulgadas pelo Crescente Vermelho palestino mostraram equipes médicas evacuando feridos, enquanto o Comitê Internacional da Cruz Vermelha relatou um fluxo de feridos buscando cuidados em seus hospitais de campanha. O ataque também levou a condenações de vários países da região. Egito, Jordânia, Arábia Saudita e Turquia condenaram o ataque e acusaram Israel de crimes de guerra. O Catar alertou que o bombardeio poderia dificultar negociações para uma trégua e a libertação de reféns.
A guerra na Faixa de Gaza teve início em 7 de outubro, quando terroristas do Hamas mataram mais de 1.170 pessoas no sul de Israel e sequestraram 252. Em resposta, o exército israelense lançou uma ofensiva que, segundo o Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo Hamas, já deixou mais de 36.050 mortos, a maioria mulheres e crianças. Neste contexto de violência crescente, Espanha, Irlanda e Noruega planejam reconhecer formalmente a Palestina como Estado, juntando-se a mais de 140 membros da ONU que já tomaram essa decisão. (JP)