Ao Diário do Poder, o segundo vice-presidente da Câmara dos Deputados, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), descreveu o clima atual entre a Casa de Leis e o Planalto como ‘azedo’. Ele avalia que a ofensiva do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, contra o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), ao tomar partido, e realocar o poder sobre as emendas parlamentares para a alçada do ministro Alexandre Padilha é ‘infeliz’ e configura um ‘tiro no pé’.
Cavalcante confirma que a informação ventilada sobre a abertura de cinco Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPIs) é sim um combinado do colégio de líderes. Na avaliação do carioca, já na próxima semana o presidente da Câmara fará o anúncio de abertura da primeira CPI, sucedendo o início de outras comissões nas semanas subsequentes.
“Se o governo for um pouco inteligente, não enfrentará Arthur Lira. Tem oito CPIs na fila. Lira deve evitar a CPI do Abuso de Autoridade para não entrar em confronto com o STF. Agora, todas a outras na fila podem ocorrer. CPI é instrumento de desgaste. Nenhuma será positiva para o governo”, avaliou o membro da mesa diretora da Casa Baixa do Congresso Nacional.
Perguntado sobre eventuais pressões da base do governo para evitar as CPIs, usando a sucessão de Arthur Lira para o comando da Câmara como moeda de troca, Sóstenes afirma que o alagoano não precisa recuar da intenção de abrir as investigações para garantir êxito nas eleições para a mesa diretora. Até porque o Partido Liberal, maior bancada da Casa, deve apoiar o atual presidente. Mas antecipou que caso o indicado de Lira não agrade, a alternativa do partido será lançar, como candidato próprio, o líder Altineu Côrtes (PL-RJ).
“Não há preocupação sobre isso. Primeiro porque o maior aliado do sucessor apontado por Lira, será o PL. Com o nosso apoio esse candidato já estaria no segundo turno. Agora, a depender de quem Lira lançar, se não for um bom nome, o PL lançará o Altineu”, arrematou.