Jesus estava sempre cercado por numerosas multidões, o povo sofrido, gostava de ouvi-lo, pois Jesus tinha palavras que dava esperança aos oprimidos, que consolava os aflitos… Mas se por um lado, Jesus gostava de ser alento para este povo, Ele sabia também, que a sua mensagem não poderia ficar restrita a um só povo, afinal, o anuncio do Reino, deveria se estender a todos os povos. E para que isso pudesse acontecer, Jesus quis precisar de alguns colaboradores. Orientado pelo o Pai, Ele escolheu 12 homens, formando assim, uma pequena comunidade. É evidente, que um grupo pequeno, participando diretamente do cotidiano de Jesus, teria muito mais condição de absorver os seus ensinamentos, tanto pela escuta da palavra, quanto pelo o seu exemplo.
Preparados por Jesus, esses doze discípulos, que passaram a serem chamados de apóstolos, ( enviados) foram enviados para fazer as vezes do Mestre junto ao povo. O evangelho que a liturgia de hoje nos convida a refletir, narra este envio.
No ato deste envio, os discípulos receberam recomendações fundamentais para que a missão deles tivesse êxito: Enviando-os de dois a dois, Jesus ressalta a importância da missão realizada em comunidade, dois a dois, significa uma comunidade, além de aumentar a credibilidade do testemunho, contribui para o encorajamento de ambos, pois um, estará sempre animando o outro. “Não leveis nada pelo caminho, a não ser um cajado; nem pão, nem sacola, nem dinheiro na cintura. Mandou que eles andassem de sandálias, que não levassem duas túnicas.” Não levar nada pelo caminho, diz ao missionário, que ele deve estar desimpedido, totalmente livre para o serviço. Andar de Sandálias, que simboliza humildade, é no sentido do missionário se colocar na condição de servo, lembrando-o que ele não é maior que ninguém.
Jesus recomenda ainda: “Quando entrares numa casa ficai ali até vossa partida.” Com esta recomendação, Jesus enfatiza a importância do testemunho. A eficácia da evangelização está mais no testemunho do que nas palavras. Um tempo maior, dedicado a evangelização de uma só família, possibilitará ao missionário, falar de Jesus, não somente com palavras, mas principalmente com o seu testemunho de vida, de uma vida coerente com o que ele prega. Na convivência com o missionário, a família evangelizada, vai querer espelhar na sua pessoa, e assim, esta família, passará a ser também, evangelizadora com o seu testemunho de vida.
Para dar continuidade a missão de Jesus, o missionário precisa também, de experimentar a pobreza total, esvaziando de si mesmo para encher-se da graça de Deus, confiando somente na providencia Divina.
Todas as orientações passadas por Jesus antes do envio, deixa os discípulos, numa situação de total dependência de Deus e é justamente nesta dependência, que o missionário torna forte, afinal, é Deus quem vai agir através dele, quem vai lhe oferecer todas as condições para que ele possa exercer bem a sua missão.
Hoje, somos nós, os enviados para dar continuidade a missão de Jesus! Deus quer salvar a humanidade contando com a nossa disposição, com o nosso serviço, por isto, Ele convoca cada um de nós para uma determinada missão. Ser indiferente a esta convocação, é ignorar o projeto de Deus, é ser indiferente a Ele…
Para desempenharmos bem a nossa missão, precisamos primeiramente nos libertar de tudo o que nos prende, dos nossos apegos, pois só assim, estaremos livres para servir!
Ser missionário do Senhor, é a melhor resposta que podemos dar à Aquele que nos amou primeiro.
O mundo carece de amor, de pessoas dispostas a levar ao outro, o conhecimento da verdade que liberta.
Propaguemos esta verdade, levando ao outro, a mensagem do evangelho com palavras e principalmente com o nosso testemunho de vida, tornando viva e atuante a presença de Jesus no meio em que vivemos.
FIQUEMOS NA PAZ DE JESUS!
Por Olívia Coutinho