Talibã condena explosão e culpa o Estado Islâmico, mas autoridades não descartam a responsabilidade do grupo extremista afegão
Um ataque a uma mesquita no Afeganistão nesta sexta-feira, 18, o dia de oração, deixou 62 mortos e 40 feridos, segundo autoridades da província de Nangarhar, no leste do país. A explosão foi condenada pelo Talibã, que atribui o massacre às forças do governo ou ao Estado Islâmico. Mas as autoridades ainda investigam a responsabilidade do grupo extremista afegão.
“O balanço do ataque contra a mesquita aumentou para 62 mortos e 33 feridos. Mas por enquanto não está claro se a explosão foi de uma bomba ou de um homem-bomba”, disse o porta-voz do governo da província de Nangarhar, Attaulá Jogyani, para acrescentar que a maioria das vítimas era jovem.
O Ministério do Interior não alimentou a dúvida e afirmou que a explosão aconteceu devido à ação de um homem-bomba. “O governo afegão condena veementemente o ataque suicida de hoje em uma mesquita na província de Nangarhar”, disse o porta-voz Sediq Sediqqi, antes de acusar os “talibãs e seus cúmplices” de atacar a população civil nos lugares de culto.
Nenhum grupo armado assumiu, até o momento, a responsabilidade pelo atentado. “Um ataque com morteiros ou uma explosão contra uma mesquita no distrito de Haska-Mena, na província de Nangarhar, é um grande crime. O Emirado Islâmico (como os talibãs se definem) condena veementemente este crime covarde”, disse o porta-voz do Talibã, Zabihullah Mujahid.
O atentado à mesquita acontece depois de a Organização das Nações Unidas (ONU) publicar um novo relatório com o número “sem precedentes” de civis mortos ou feridos no Afeganistão entre julho e setembro. O documento sublinha que “os afegãos foram expostos a níveis extremos de violência por muitos anos”, apesar das promessas de todas as partes de “prevenir e mitigar os danos ao meio ambiente e aos civis”.
“As vítimas civis são totalmente inaceitáveis”, disse o representante especial da ONU no Afeganistão, Tadamichi Yamamoto, para completar que o documento demonstra a importância de negociações sobre um cessar-fogo e sobre acordo político de paz permanente.
De 1º de julho a 30 de setembro, 1.174 civis foram mortos e 3.139 feridos., o que representa um aumento de 42% nas vítimas da violência em relação ao mesmo período de 2018. (Veja)